Friday, April 29, 2005

Kundera II

Karenin tinha câncer, e já não tinha forças para brincar com croissants. Karenin tinha câncer de mama. Ou era na perna? Acho que na perna. Não importa. Ela não ia mais passear, nem jogar, nem rir. Tereza, sua companhia, chorava por ela. Karenin representava o fim. O definhar. Karenin significava a dor - e o se entregar. Tereza representava a dor.
Karenin tinha câncer em algum lugar, e já não conseguia andar. Pariu dois croissants e uma abelha. Karenin morreu velha, mas nunca abandonada. Karenin morreu e eu chorei, e Tereza chorou e Tomas chorou. Karenin morreu e a enterraram no jardim. Mas não lembro-me se tinha flores. No meu jardim, definham-se as flores. Para consolarem a minha dor, entregaram-se. Como Karenin, morrem. As flores, Tereza e eu.

Inferno

Se sofrer é redenção, eu já estou com carteirinha de entrada livre para o céu.

Do Marco

B&S II

"There's gotta be a better song to sing
before I hang upon your shoulder and cry"

Resposta (ou fim?)

Eu definho.
De fim em fim
De recomeço em recomeço
De tanto tentar me ver de novo
Em mim.
(Ou de tanto amor em mim.)

Não estou. E sinto.

(amor. amar. conjugar.)

Eu

Desesperar-se. Mas deixar de gritar pro mundo.

E dissipar-me em minhas próprias lágrimas
O meu próprio ser.

Belle and Sebastian

"This is just a modern rock song,
This is just a sorry lament,
We're four boys in corduroys,
We're not terrific but we're competent."

Antes... e ainda.

Os segundos me transformam:
separada de ti sou saudade.

Os segundos me massacram:
a saudade, a dor chorosa no peito,
a vontade de olhar você.

Os segundos me maltratam:
falam, como monstros
que gostam mesmo é da saudade.
Eu respondo, eufórica,
que também gosto.

Os segundos me dão razão:
longe de ti
e perto de ti
sou amor.

Thursday, April 28, 2005

Kundera

Quando Karenin morre, eu choro. Choro antes, depois e durante. Pois que Karenin é a predição do fim do amor.

Irônico que é também a predição do fim da dor.

Dia

E daquela tarde em diante só uam certeza: a de não guardar meu amor em mim.

Óculos

Eu não consigo mais usar meus óculos. Eles estão embaçados, sujos, cheios de lágrimas e lembranças. Eles se remetem aos outros óculos - um que quebrei, e outro que substituiu.
Eu não consigo usar mais meus óculos. As minhas vistas não são clareadas pelas lentes. Mas entortadas pela dor.

Querer

Quero que o mundo exploda em mil pedaços, e eu me vá com ele, de forma rápida, e indolor.

Amor

Incondicional, desde que as pessoas estejam dispostas a retribuir.

Imortal, se eu quiser que assim seja.

Efêmero, se eu me permitir.

Wednesday, April 27, 2005

Sono

As paredes gritam mais alto do que meu ouvido consegue parar de ouvir.
Aí, me viro na cama, e escondo meu rosto sob o travesseiro... Mas noto: sou eu quem grita. E ninguém me ouve.

Música

"Depois da queda o coice!"

Saudade

É isso que me acomete o peito. Essa vontade de abarcar meu amor e a mim, em um momento a mais.

Tuesday, April 26, 2005

Saudade

É a melhor e a pior coisa do mundo.

Monday, April 25, 2005

Não

Não são as lembranças que moritficam.
É a vontade de que elas só cresçam e nunca sumam no ar.
É o sentimento de coito interrompido.
É a falta de costume, ou costume demais?

Não

não quero mais sentir angústia, nem desespero. quero que meu corpo sinta o que eu sinto. um profundo amor, que não acaba. quero que meu corpo pare de sentir frios na barriga e frios na espinha. e dores de estômago.

Florzinha

Eu queria ser uma planta.
Uma barriguda bem bonita.
Uma barriguda bem florida.

Eu

E,
se era teu ser que me
preenchia de sentido
Agora, as lágrimas
me afogam.

passo horas no banho, só para que elas não sequem e virem areia

Dor

Dói-me a saudade,
a vontade,
o desespero.

Agora II

Que eu morra e me deixe levar pelo vento.

Sunday, April 24, 2005

Agora

É deixar o amor ir embora, no navio no qual chegou.

Sorte

Sorte no jogo, azar no amor.

Saudade

Saudade, saudade.

"Placebo mode on"

Bom!

E lindo!

Sem contar que não tenho mais voz...

Saturday, April 23, 2005

das coisas que amo no mundo

love, lust and alcohol.

das coisas que odeio

Fazer idades pares.

Por que as crenças alheias são tão difíceis de se respeitar?

Quem não quer saber, não procura.

Por que as escolhas morais alheias são tão difíceis de aceitar?

E por que as pessoas se sentem no direitos de expô-las, distorcendo-as, quando são crenças que em nada as atinge?

Por que as escolhas morais alheias são tão difíceis de se respeitar?

Quero dizer, com os olhos cheios de lágrimas, que o mundo não me pertence, eu já não pertenço ao mundo.

Para pertencer ao mundo têm-se que acreditar que o sofrimento pessoal é mais justificável que o sofrimento alheio, e eu não me conformo!

Então, com a boca cheia de baba, com o olhar cheio de raiva, me entrego aos caos desse mundo nada liberto de amarras bobas e insensatas.

Quero dizer, com as mãos trêmulas de ódio, que me recuso a participar desse mundo vil e incoerente, onde as crenças pessoais devem se submeter às crenças de outrem.

Thursday, April 21, 2005

Eu

sou bem boa em guardar rancores.

Monday, April 18, 2005

O que nunca foi, nunca será

Meu bem,
de nós dois, eu nunca entendi bem. Nem de saudade, nem de falta. Muito menos de amor. Eu não entendo nada! Acho mesmo é que nunca quis entender... (ou quis, mas minhas tentativas foram bem frustradas)...
Sei que sinto saudade, se é isso que pode-se nomear 'saudade'. Só que não dói... saudade não dói hoje. Você não me é insuportável a falta.
Meu bem, descobri que a saudade de você só me tira o sono quando quero muito de você em mim.
Sinto sua falta... mas é só uma vontadezinha de carinho nos cabelos, e de sentir seu cheiro.

Louca II

Recostou-se no capô do carro e deixou-se levar pelo frio e pelas estrelas.
Em uma hora qualquer da manhã, acordou com um cobertor bonito em cima de si, e um bilhete embaixo de uma pequena pedra.
Era tudo o que esperava: um toque de amor no meio do nada.

Re-mudando

'cause everybody gets hurt sometime.

e não é o fim do mundo.

Amizades

são a mensuração de atos falhos?

Nostalgia

Sinto pena da saudade.

Essa nostalgia que invade
corpos
Fala mal,
traz remorso.
Sinto pena da saudade.
Pois, é esta coisa que
à parte,
tenta refazer o todo
mas se engasga com o passado

Friday, April 15, 2005

Ana

Lembrar

Do que eu sabia... seria bom.

Louca

Recostou-se no capô do carro
e deixou-se ali... levar-se pelo frio e pelas estrelas.

Wednesday, April 13, 2005

Preguiça

Preguiça...
preguiça.
preguiça!

Monday, April 11, 2005

Fim do mundo

Eu trepava, destrepava
... das árvores
Não roubava lugar nenhum...
Seria eu,
menos preocupada com o desemprego.

Lima, Paula.

perdi o show... mas fazer o que, né?

"Água de beber, água de beber"

Boemia

E ela dizia que não conhecia a vida...
ela dizia que não queria outra coisa que não boemia.

Friday, April 08, 2005

Amor (perdi as contas)

É meu dialogar em riso... pela manhã, tarde ou noite.

Amar é aprender a dizer, não dizer, guardar, espalhar para o mundo.

Se "fazer escolhas é matar todas as outras possibilidades", deixar de fazê-las é perder qualquer uma que apareceria.

Tédio III

Os minutos
que me separam do ser
Põe-me louca.

Os minutos
que, ele mesmos, rezam para que acabem
Põe-me surda:
Gritam nos meus ouvidos, como
bumbos...

Os minutos
esses mesmos, que me apartam do mundo
Sorriem com um riso cínico
e declaram:
"Gritaremos o quanto for! As paredes não sairão do lugar!"

E eu respondo,
com tom de desaforo:
"Tão pouco movem-se os ponteiros do relógio!"

Os minutos
estagnados
escorrem.
Param de girar.

Los hermanos

"iá iá se eu peco é na vontade
de ter
um amor de verdade
pois é
que assim em ti eu me atirei"

Nina

Queria eu ter metade de sua voz, personalidade e força para continuar.

Tédio II

Essa cidade conspira contra os sem carro e os doentes.

Quando há coisas para serem feitas, as impossibilidades são enormes.
Quando as possibilidades estão todas postas, não tem nada para ser feito.

Tuesday, April 05, 2005

O não eu...

sou eu!

(para que escrever, se o que eu sinto, já foi - agora, escrito?)

Releitura de e-mails

Ele, em um e-mail, para mim, há algum tempo:

À mãe de Gabriel e Clarice, os filhos que não terei.

Queria te mostrar um disco
do Chico e te ensinar
uma canção da Fátima Guedes.
Queria te levar para
dar pães aos patos no parque.
Queria recitar Leminski
e Neruda depois da
meia-noite deitado em
seu colo.
Queria te escrever
sonetos e elegias
exaltando o nosso amor.
Queria tomar sorvete
de creme com cobertura
de chocolate na
sua barriga.
Queria fazer sexo
contigo debaixo
de uma cachoeira,
num açude e até
num ônibus de madrugada.
Queria tomar uma
cerveja contigo e
te contar uma
verdade indiana.
Queria te dar presentes
num dia qualquer
sem motivo algum
aparente.
Queria descobrir os
teus defeitos e
entendê-los à luz
da realidade.
Queria ficar em silêncio
com você
quando desse vontade.
Queria desse jeito
te dar a liberdade.

Ludov II

"e no seu apartamento, ela se esquecia de tudo"

Canção

Pus meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.


Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.


O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...


Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.


Depois, tudo estará perfeito:
praia lisa, águas ordenadas.
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.


Cecília Meireles.

Céu

Discorro
sobre a dor que me acomete.
Ela não é mentira,
nem verdade.
Não se pretende falsa!
Discorro,
recorro à dor que vivo.
Ela varia com o tempo e espaço,
molda-se, algumas vezes
de felicidade.
Escrevo
sobre essa dor infinda que contém
meu peito.
Não é meu peito que a contém, leiam bem;
a dor contém meu peito
minha alma
e coração.
E essa minha dor
não tem pretensões grandes:
não é verdade, nem mentira ou falsidade.
Essa dor que eu preencho
é puro amor.

Sunday, April 03, 2005

nuv.oleta

quando olhou o rio manso logo à frente de si, nuvoleta reformulou-se. pegou um graveto qualquer, e com as mãos bem leves e sonolentas, escreveu na terra um poema qualquer. Reescreveu suas lágrimas com sinais de sorrisos. E seus pensamentos tristes, transformou em poeira - soprou depois para bem longe, para junto com o vento.
Assim, refez-se nuvem, e pôs-se a voar.

Eu. Nuvoleta

Ludov

"não havia contratempo.
ela segura no seu coração
e largava roupas pelo chão."

Dinheiro

Queria ir à Adega... tomar um vinho, nessa noite que promete frio. Deitar em seu colo, te fazer um carinho, me aconchegar juntinho...


"Só tinha de ser com você, só havia de ser para você... senão não seria o amor, aquele que o mundo não vê."

Friday, April 01, 2005

Bem

Já passou. De volta à vida!