Friday, May 27, 2005

É meu banho de descarrego do dia. Depois do banho, sempre coloco uma roupa fresca qualquer, uma saia preta e uma blusa branca, um tênis e saio para a vida cotidiana. Não tomo café em casa. Só na rodoviária. Lá, sempre esbarro com Janaína, e, eventualmente, com Virgínia. Mas não fico muito tempo perto. Elas falam demais sobre amor, e eu, desconheço essa figura mitológica. Elas falam de amor e rodas de samba. Duas coisas sobre as quais não sei nada. Só ouço samba em casa, na minha vitrola, e Janaína fica falando de samba à dois, deitados no quarto. Coisa de gente apaixonada. Eu, pelo contrário, não acredito em amor. Não esse amor dessas duas. Não esse amor de Janaína. (...) Quando saio de casa, e vou tomar café na rodoviária, sento em um banco qualquer, com um pão de queijo na mão, e fico olhando o movimento das pessoas. Elas me olham sempre com cara de dó, pois dizem que eu sempre tenho cara de choro. Acho que elas me olham com cara de dó porque eu não dou a mínima para elas.

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